Thursday, February 15, 2018

ARMY MEN VIII: TRINCHEIRAS NA GUERRA CIVIL PAULISTA DE 1932


Cenário Army Men: Outubro de 1932, Tropas Paulistas instaladas nas TRINCHEIRAS


         Trincheira é um conceito que deriva de trincera, um termo italiano. O conceito permite mencionar o buraco que os soldados escavam na terra com vista a protegerem-se dos ataques inimigos.  Assim, Trincheiras é um tipo de guerra terrestre utilizando linhas ocupadas consistidas principalmente de trincheiras, onde as tropas que lá estão desfrutam de uma posição bem protegida contra ataques de projéteis balísticos inimigos, como armas de fogo pequenas e artilharia.
        Entre São José do Barreiro, no nordeste paulista, e Cruzeiro, no sopé da serra da Mantiqueira, fronteira com Minas Gerais, posicionou-se o grosso da tropa paulista para fazer frente às tropas que viriam do Rio de Janeiro. Na linha Jataí e Areias, posicionou-se força mista de infantaria e artilharia e sobre a ferrovia Central do Brasil, em Queluz, destacamento de infantaria e artilharia. E em outros lugares pelo Estado de São Paulo, outras tropas estabeleceram as defesas das fronteiras. Os primeiros combates logo ocorreram. Os paulistas nas trincheiras de vanguarda de São José do Barreiro, abriram fogo contra a tropa de Getúlio que avançava na penumbra da estrada, depois de terem tomado Bananal.
         Atacando pelos flancos, a infantaria paulista colocou as tropas do Getúlio em desvantagem. O combate com muitos tiros durou horas, com grandes perdas de ambos os lados. A tropa getulista não esperava encontrar paulistas aguerridos e destemidos, por isso recuou, correndo. Como as espadas que muitos deles tinham à cintura atrapalhassem a fuga, os soldados foram tirando da cintura a bainha com a espada e o cinto, largando-os por onde corriam... No amainar dos combates, já altas horas da noite, a tropa paulista, conforme já planejado, recuou para uma melhor posição, no morro Fino, enorme morro na saída de São José do Barreiro. E por três três meses, os paulistas lutaram sozinhos contra todos os outros Estados.  Na retaguarda, o povo se uniu para ajudar em tudo o que fosse necessário, voluntários civis aviadores pilotando aviões, outros lutando como soldados ou como padioleiros que recolhiam feridos levando-os da frente de combate para a retaguarda, mulheres costuravam uniformes, fazendo pão ou preparando alimentação que eram enviados aos combatentes...
       Durante esses três meses, uma luta desgastante de trincheiras, com sangrentos combates aconteceram em várias frentes de luta, em especial nas fronteiras paulistas com Minas Gerais e com o Rio de Janeiro, o Estado onde ficava a capital federal e a sede do governo de Getulio Vargas.
Os combates não chegaram a ocorrer dentro da cidade de São Paulo. Iniciada a 9 de julho, a Revolução foi encerrada três meses depois, em 2 de outubro de 1932, com armistício assinado na cidade de Cruzeiro, uma rendição assinada apenas pela Força Pública e não pelo comandante das tropas paulistas, Cel Euclides Figueiredo, pois ele havia considerado humilhantes demais os termos da rendição, no armistício proposto pelo representante do Getúlio, general Goés Monteiro. Foram 135.000 soldados e voluntários paulistas que com bravura lutaram nas trincheiras do Vale do Paraíba e outras fronteiras de São Paulo, nos morros, nos túneis e nos vales.

REFERÊNCIAS HISTORIOGRÁFICAS:

https://conceito.de/trincheira
http://www.editora-opcao.com.br/ada12.htm


CENÁRIOS E FOTOGRAFIAS: Freitas Júnior - Historiador & Poeta:

https://www.facebook.com/profile.php?id=100017290650832

Sunday, February 11, 2018

ARMY MEN VII: GUERRA CIVIL PAULISTA DE 1932 – DESVANTAGEM MILITAR DE SÃO PAULO


Cenário Army Men: Outubro de 1932, Tropas federais de Getúlio Vargas investem todo o seu desempenho para destruir o exército dos "Rebeldes Paulistas" 

Cenário Army Men II: Outubro de 1932, Tropas Paulistas se veem cercado diante da superioridade das Tropas Federais de Getúlio Vargas


No estado de São Paulo, a Revolução de 1932 contou com um grande contingente de voluntários civis e militares e o apoio de políticos de outros Estados, antigos apoiadores da Revolução de 1930, como, no Rio Grande do Sul que formaram a Frente Única Rio-Grandense e o atual Mato Grosso do Sul que foi formado um estado independente que se chamou Estado de Maracaju, que apoiou São Paulo. Em Minas Gerais, a revolução de São Paulo esperava a adesão do interventor do Rio Grande do Sul, o estado mais bem armado, mas este na última hora decidiu enviar tropas não para apoiar São Paulo, mas para combater os paulistas.
A verdade foi Getulio Vargas o grande responsável pois, para combater a revolução, chamou-a de separatista. Foi uma jogada política. Ele disse que era separatista e assim obteve o apoio do resto do Brasil contra São Paulo
Porém, com a traição dos outros estados, o plano imaginado por São Paulo não se concretizou: Rio Grande do Sul e Minas Gerais foram compelidos por Getúlio Vargas a se manterem ao seu lado e a publicidade de pretensão separatista do movimento levou São Paulo a se ver sozinho, com o apoio de apenas algumas tropas mato-grossenses, contra o restante do Brasil.
O Estado de São Paulo, apesar de contar com mais de 40.000 soldados, estava em desvantagem. Por falta de apoio e a traição de outros estados, São Paulo se encontrava num grande cerco militar. Como as fronteiras do estado foram fechadas, não havia como adquirir armamento para o conflito, fora do país, assim muitos voluntários levaram suas próprias armas pessoais e engenheiros da Escola Politécnica do Estado (hoje EPUSP) e do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) passaram a desenvolver armamentos a serem produzidos pelo próprio estado para suprir as tropas. Um navio que trazia do exterior armamento para os paulistas foi apreendido pela Marinha do Brasil.
São Paulo criou moeda própria, que foi falsificada pela ditadura e distribuída na capital paulista para desestabilizar a economia do estado. O dinheiro paulista era lastreado pelo ouro arrecadado pela campanha “Ouro para o bem de São Paulo“, também chamado de “Ouro para a vitória“.
Também foram compradas armas nos EUA, mas o navio que as transportava foi apreendido. Uma das armas mais sofisticadas feitas pela indústria paulista foi o trem blindado, usado na campanha militar no Vale do Paraíba.

REFERÊNCIAS HISTORIAGRÁFICAS:

https://homemculto.com/2007/09/09/revolucao-constitucionalista-de-1932-o-que-e-isto/

 CENÁRIOS E FOTOGRAFIAS: Freitas Júnior - Historiador & Poeta:

https://www.facebook.com/profile.php?id=100017290650832

ARMY MEN BRAZIL - MILITARY SCENE

US soldiers in Vietnam. Vietnam, March 31, 1970