Sunday, March 18, 2018

ARMY MEN IX: "O FANTASMA DA MORTE" – O TREM BLINDADO PAULISTA DE 1932



Cenário Army Men I: Trem Blindado usado pelos paulistas durante a Guerra Civil Paulista de 1932. O mesmo era pintado com listas de diversas cores e armado com canhão de 75 milímetros e metralhadoras pesadas nos flancos, e carregava dois potentes holofotes na parte superior.


Cenário Army Men II: 4 de outubro de 1932, tropas varguistas envia força total para destruir a "Revolta" dos  Paulistas, dando fim a Revolução Constitucionalista iniciada em 9 de Julho de 1932.


A década de 1930, asseguram os especialistas, foi o princípio do fim das ferrovias. Curiosamente, também foi um período em que elas se destacaram como coadjuvantes de acontecimentos que marcaram aqueles tempos. Um dos mais lembrados pelos estudiosos prende-se à participação do trem no transporte de tropas na Revolução de 1932, que colocou São Paulo contra o resto do Brasil, uma guerra civil travada em nome das eleições e da Constituição.
        São Paulo podia se dar a esse luxo: era dono de uma malha formada por cinco importantes estradas de ferro que haviam propiciado a integração do estado, ainda no século passado, em favor da cafeicultura.
Além de levar os soldados para as frentes de batalha, o trem foi adaptado pelos paulistas para, no palavrear do então coronel Euclides Figueiredo, um dos comandantes do levante, "fazer incursões diabólicas nas linhas inimigas". Ele se referia ao trem blindado, ou "Fantasma da Morte", como foi apelidado pelos combatentes, uma composição formada por dois carros, um de cada lado da máquina e revestidos de aço (duas placas de aço entremeadas de pranchões de cerne de peroba duríssima).
Camuflado - era pintado com listas de diversas cores - o trem era armado com canhão de 75 milímetros e metralhadoras pesadas nos flancos, e carregava dois potentes holofotes na parte superior. "Quando ele entrava nas posições inimigas, fazia funcionar os holofotes, iluminando as trincheiras adversárias", escreveu Samuel Baccarat, autor do livro "Capacetes de aço". De acordo com o relato de Baccarat, "os soldados inimigos, desafeitos a essas coisas, tomavam-se de pânico, desabando pelos morros, inteiramente descobertos. Era o momento do trabalho infernal das metralhadoras". 
 Essa couraça invulnerável, segundo depoimento de Figueiredo feito em 4 de agosto de 1932, dia da estréia do aterrorizante blindado, "causou pavor entre os ditatoriais, que abandonaram as suas posições". Fernando Penteado Medici, autor do livro "Trem blindado", descreveu assim a ação da composição: "Dois quilômetros e o inimigo à vista. Os homens avançavam, certos de que era um trem de mercadoria, ou de víveres (realmente, como estava disfarçado), e, em posição de atirar, ajoelhavam pelos trilhos. As nossas metralhadoras picotaram os inconscientes. A primeira impressão foi dolorosa. Pungente mesmo. Presenciar umas cenas destas".

Apenas duas composições do trem blindado foram fabricadas, em Sorocaba-SP, especialmente para atender às tropas paulistas,  na revolução de 1932.


REFERÊNCIAS HISTORIAGRÁFICAS:
 https://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_Constitucionalista_de_1932

http://darozhistoriamilitar.blogspot.com.br/2010/05/o-fantasma-da-morte-o-trem-blindado.html

CENÁRIOS E FOTOGRAFIAS: Freitas Júnior - Historiador & Poeta:
https://www.facebook.com/profile.php?id=100017290650832


3 comments:

  1. Excelente contribuição para o entendimento das táticas utilizadas em 1932, quando da "Revolução Constitucionalista Paulista".

    ReplyDelete
  2. muito bom os meus parabéns pelos seus blogs

    ReplyDelete
  3. em portugal também se deu embora um pouco mais tarde o mesmo fenómeno de abandono das ferrovias

    ReplyDelete

ARMY MEN BRAZIL - MILITARY SCENE

US soldiers in Vietnam. Vietnam, March 31, 1970